Teve uma época
em que eu achava que conceitos eram perda de tempo. Se duas ou mais pessoas
soubessem do que estavam falando, ora, pra que perder tempo dando nome e
defindo limites? E as demais, alheias à situação? Não sabia do perigo da
coisa e diferentes situações na vida me ensinaram o valor de se definir o que e o alcance do que estamos falando. Um bom exemplo encontrei nesta reportagem na ZH sobre a construção da hidrelétrica de Pai Querê. Nela aparece a seguinte
frase: "O argumento da empreiteira é que o relevo do local que será inundado
não é aproveitável para outros fins." Ora, o que é o "fim" a que
a empreiteira se refere? Uso para terras agrícolas? Construções de casas? Não
sei, mas para todos os fins que me vem em mente a partir dessa ideia, todos estão relacionados com o
uso direto pelas atividades humanas. E a conservação da biodiversidade e
provisão de serviços ambientais (diretos e indiretos), por exemplo? Não seria um uso
justificável para a manutenção daquela área natural? Para mim esse fim é
totalmente válido e justificável para a não-viabilização da hidrelétrica. Agora,
porque não se pode dar um "fim" antropocentrista a um determinado
lugar ele pode ser destruído? Valores, humanidade do século 21...valores. =)
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