quinta-feira, 14 de março de 2013

Sobre a expansão da consciência e a música


Expandir a consciência significa aqui nada mais do que ficar consciente pelo maior tempo que for possível.  Ficar consciente significa então estar presente, analisando algo sem vieses, sem interferências, preconceitos, nada, só a própria natureza do que está sob análise. Somente assim é possível se chegar o mais próximo da verdade sobre aquilo. Descartes em seu "Discurso do Método" fazia algo assim com o uso da razão e da negação, mas ainda assim é possível ver que ele não se livrou de todos os vieses. Mas será que é possível?

Ficar consciente no meu caso em particular ocorre em determinados momentos quando faço uso de algumas técnicas. Contudo, já me percebi achando que estava consciente e ao observar melhor me vi em volto de vieses que determinavam a forma como eu estava analisando algo.

Hoje à noite tive um insight sobre o que busco fazer na vida. Isso é algo que tem me incomodado há um bom tempo e talvez logo volte. Infelizmente ainda não consigo fazer o que seria o correto fazer: nada! Nada mesmo, ficar apenas a mercê dos fatos, wu wei, algo que fazem os taoístas. De uma forma geral seria fazer o que se tem que fazer no momento, focar nisso e esperar pelo encaixamento dos fatos no universo, que tende a conspirar a nosso favor. É claro que tem outros pormenores nessa filosofia, os quais não entrarei em detalhes aqui, não agora.

Voltando ao insight que tive. O que me levou a ele foi a música do Enigma "Rivers of Belief". Em geral, as músicas desse grupo/projeto possuem elementos místicos e, entre eles, sons de flautas de índios norte-americanos que são os que possuem um efeito tremendo sobre minha consciência. Isso me faz pensar numa forma semelhante ao efeito de algumas taças de vinho, técnica que também faço uso principalmente nas noites de Sexta-feira. A música tem esse poder sobre mim. É uma ferramente que há muito venho comentando com amigos em geral. Associada à noite, ela me leva para uma viagem de autopercepção em que consigo identificar o que está atrapalhando o meu pensar. Um exemplo é que esses textos que aqui escrevo foram praticamente todos escritos depois das 22 horas, todos influenciados pelo vinho ou pela música. Sherlok Holmes, segundo seu criador, Conan Doyle, fazia uso de drogas como a cocaína e a heroína para solucionar casos complexos (não irei chegar a esse ponto, com toda a certeza!).

Os próximos passos são os de aprofundar minha capacidade meditativa e, com isso, meditar mais sobre o wu wei. Fritjof Capra faz uso desse, bem descrito no processo de desenvolvimento de suas teorias no livro "Sabedoria Incomum" (recomendo-o). Minhas análises recentes mostram como o wu wei funcionou para muitas pessoas que atingiram o sucesso sem mesmo conhecer o wu wei. Quero escrever sobre isso ainda, mas preciso me organizar e desenvolver essa pesquisa de forma mais aprofundada. Enquanto isso, a combinação de Enigma com um Shiraz vai ajudando.

=)

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