sexta-feira, 16 de maio de 2014

A Terra é um terrário e podemos estar sendo observados


Assistindo uma palestra hoje sobre a situação amazônica, ao ver uma imagem de satélite da região e todo o impacto já causado pelas atividades humanas, veio-me à mente uma visão que já me ocorre há tempos. De uma forma sintética, a Terra é um terrário onde nos colocaram para observarem como nos comportamos diante de todas suas riquezas e em sociedade.

Antes, isso há dois ou três anos atrás, angustiava-me a ideia da destruição do planeta pelas nossas atividades, principalmente em busca de conforto, consumo e enriquecimento. Parecia injusto a perda de tamanha biodiversidade para somente isso. Mas, ao ver aquela imagem e em seguida imaginar o planeta e logo em seguida todo o cosmo, ficou ainda mais claro que o que importa de fato não é salvarmos a Terra, mas nos salvarmos. Segundo muitas filosofias espirituais, o mundo material é apenas um mundo onde encarnamos para nosso aprendizado, para aprendermos a conviver com todas as formas de vida e assim nos desenvolvermos ética e moralmente. É nesse desenvolvimento que evoluímos para espíritos maiores e nos aproximamos de Deus.


De uma forma ou de outra, talvez a Terra desapareça com o tempo, como afirmam os astrônomos, o que reitera essa visão. As  formas de vida no planeta, além de estarem também em sua jornada evolutiva, servem muito mais para nos testarem diante delas, em como as valorizamos, em como aplicamos o nosso livre arbítrio e, consequentemente, como lidamos com nossas buscas egóicas pela riqueza, poder, conforto etc., coisas que acabam junto com a nossa morte material. Iremos morrer, mas nossas ações depois de feitas permanecerão como ecos no universo e serão avaliadas quando daqui partirmos. Essa visão fortalece o valor que todas as formas de vida possuem inerentemente e nos ajudaria a termos uma convivência harmoniosa, entrelaçando o desenvolvimento social com o meio ambiente de uma forma sustentável como já parece ocorrer em pequenas comunidades ao redor do mundo.

Essa ideia não é nova, mas sim uma interpretação das visões de muitas religiões e filosofias que estudo e que baseiam minhas buscas por aqui. Hoje não luto mais para salvar a natureza, mas sim para mostrar ao homem que sua vida depende da sua relação com a natureza, tanto a vida aqui na Terra, quanto a sua vida depois da sua morte. Será a partir da forma como conviver com a natureza e com a sociedade que implicará na sua qualidade de vida espiritual. Todos morremos, é bom lembrar disso!

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

A vida do político quando ele morre

Gostaria de perguntar para um político se ele tem consciência de que vai morrer um dia. Isso em virtude das pessoas viverem sem essa consciência, apesar de saberem que irão. Parece que elas querem não acreditar nisso ou então ignorar o fato. Perguntaria então se ele acredita em Deus. Se ele disser que sim, perguntaria em seguida se então de fato ele acredita na vida após a morte. Se ele dissesse que sim, perguntaria então como que ele acha que a conduta dele aqui na Terra influencia a vida quando ele acordar do outro lado. A partir da resposta, perguntaria - mas sem esperar uma resposta, apenas para ele ficar pensando - como que será a vida dele a partir da conduta que ele tem levado.

Essa mesma pergunta vale para qualquer um de nós. Qualquer um, mas principalmente para aqueles que se estão em empregos onde a sua conduta ética e moral é posta a prova todos os dias (banqueiros, empresários, funcionários públicos etc.).

Passou-se o tempo em que eu ficava irritado ao ver tantos exemplos de descaso dos políticos para com o povo. Tendo minhas convicções sobre a existência humana, fico triste e com um tipo de pena (tentando transformar em compaixão) da alma dessas pessoas quando o último expelir de ar lhes couber e então descobrirem que o tempo que sofrerão será maior do que os benefícios e os prazeres que tiveram em vida física a partir do dinheiro que roubaram ou do descaso que tiveram a partir das suas responsabilidades. Alcançar o lugar que eles estão gera uma responsabilidade enorme para o espírito, que pensando unicamente em si, terá que arcar com as consequências.

Percebo que há um desligamento entre a religião que as pessoas dizem ter e o reflexo em suas condutas (na verdade, há outras tantas desconexões entre o que se pensa e se fala e o que se faz na prática). Igrejas de todas as filosofias lotadas, mas o mundo no caos que é. Muitas religiões conseguiram criar esse desconectamento entre seus fiéis e a palavra que veiculam e eis a consequência. O homem se esquece do que é e se engana com o que pensa que é, vivendo então unicamente para as questões materiais e de poder. Nós mesmos no nosso dia-a-dia somos exemplo disso. Os políticos, ao meu ver, são o caso mais grave, porque eles possuem o cargo mais importante dentro de uma sociedade (guiar ela) e utilizam esse poder para si próprios. A consequência disso para suas vidas espirituais será terrível.

A vida física passa num piscar de olhos, basta que observemos como o tempo tem passado rápido nas nossas vidas. Hoje já estou na casa dos 30 anos e me via com 15 até semana passada! No entanto, segundo algumas doutrinas, o espírito viverá nas condições em que suas ações enquanto encarnado aqui geraram, se a partir de ações boas para com os outros ou ruins. Tudo depende do que fazemos para os outros, independente da visão religiosa, pois todas prezam as ações na vida material como base para a espiritual. Se houver reencarnação, por exemplo, muitos irão renascer naquelas condições inóspitas que criaram em sua vida anterior.  O desvio de verbas da saúde e da educação, por exemplo, criam situações que impedem o desenvolvimento local e tem consequências para o bem-estar das pessoas. Será no meio dessas realidades criadas que renascerão. Essa é a justiça Divina de que se fala no Espiritismo, por exemplo. No Budismo há a questão do carma que destina a reencarnação (algo similar ao Espiritismo) e no Catolicismo, sem reencarnação, há o céu e o inferno, apenas citando as que doutrinas que tenho um conhecimento.

Temos o livre arbítrio para fazermos o que queremos e nada nos impedirá disso. Podemos passar todo o tempo de nossas vidas cometendo atos ilícitos e nada acontecer. A justiça Divina não necessariamente acontece agora e essa é a graça da coisa, pois se acontecesse não cometeríamos tais atos simplesmente por medo de punição imediata, como a criança que sabe que irá apanhar quando faz certas pirralhices. Cães aprendem rapidinho isso!

A questão é: tu acreditas em Deus? Se a resposta for sim, meu caro, passe a analisar teus atos diários, porque não será unicamente pedindo perdão depois da morte que tua condição espiritual será corrigida. Nem um pouco. Ela exigirá aprendizado e aprendizado se aprende na prática, vivendo as situações. Que pensemos sobre.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

A gestação e a iluminação

Quando paro para pensar em todo esse processo de geração da vida, a gestação em si, vejo-o como algo libertador para os seres humanos se eles o entendessem de fato e, nesse entender, percebessem a semelhança do processo em todas as outras formas de vida, inclusive uma planta. Creio que, ao perceberem essa tal semelhança, perceberiam o Uno entre todos os seres e os verdadeiros valores da vida emergiriam do lodo que a sociedade vive hoje, como uma flor de lótus. Seria então o processo de iluminação coletiva...mas, as coisas mais simples e triviais passam despercebidas de seus valores intrínsecos. Uma pena...